27/10/09 - 20h51 - Atualizado em 27/10/09 - 22h16
Requião é aliado 'até contra câncer de próstata', diz associação homossexual
Grupo pede audiência com governador do Paraná, após frase na TV.
Requião relacionou câncer de mama em homens com 'passeatas gay'.
A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), com sede em Curitiba, pediu nesta terça-feira (27) audiência com o governador Roberto Requião (PMDB), horas depois de ele ter dito que o câncer de mama em homens deve ser "consequência de passeatas gay".
No pedido de audiência, a ABGLT elogia a atuação de Requião e da Secretaria de Segurança Pública. “Gostaríamos de dizer que senhor tem sido considerado um grande aliado dos direitos humanos de todas as comunidades, inclusive da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT). O senhor foi um dos primeiros governadores a convocar a 1ª Conferência Estadual LGBT”, diz o ofício.
Segundo a associação, a frase de Requião, dita em um programa da TV educativa do Paraná (veja vídeo acima), “não foi de bom tom”, e cita reportagem sobre o caso publicada mais cedo pelo G1.
“Sabemos que Vossa Excelência gosta muito de humor e realmente o humor ajuda os discursos a serem entendidos melhor pela população. Infelizmente, seu comentário na “escolinha’ do governo do dia de hoje (http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1356762-5601,00.html), colocando que o câncer de mama em homens deve ser uma consequência das passeatas gays (sic) não foi de bom tom. Felizmente, a plateia não deu gargalhadas e o Secretário de Estado da Saúde, Gilberto Martin, foi feliz nas suas colocações a respeito”, escreve a ABGLT.
A associação pede a audiência para discutir o andamento da implementação das propostas aprovadas pela 1ª Conferência Estadual LGBT, realizada em 2008. “Afinal, consideramos o senhor um aliado. Estamos juntos contra todas as doenças, inclusive o câncer de próstata”, diz o pedido assinado pelo presidente da associação, Toni Reis.
O G1 tentou contato com Requião e com assessores durante parte da tarde. A reportagem deixou recados em celulares de assessores para saber se o governador receberia o grupo, mas não teve resposta até o momento. Mais cedo, a assessoria do governo do Paraná disse ao G1 que, "por enquanto", não comentaria as declarações do governador.